Contrafactuais

Contrafactuais#

Pensando sobre a confiabiliade da nota ENEM, é interessante considerar os efeitos sobre a nota de pequenas mudanças aparente inocentes, por exemplo no procedimento de como a nota é calculado, ou se o candidato acerta uma única questão a mais ou a menos. Uma motivação disso é mostrar que a nota atribuída a cada candidato deve ser interpretado e não simplesmente tido como verdade absoluta. Queremos chacoalhar um pouco na suposta objetividade da nota, a ideia errônea que a prova ENEM reflete fielmente e sem incerteza a aptidão de um candidato para cursar o ensino superior.

Como já afirmamos, a confiabilidade da nota ENEM é uma condição necessária, mas não suficiente para o ENEM ser uma medida válida. Neste capítulo restringimos nossa análise aos possíveis fatores associados com a confiabilidade ou incerteza da nota ENEM.

Uma maneira de fazer isso é criar uma série de contrafactuais. Por exemplo, podemos imaginar modifaçoes (razoáveis, pequenas) no procedimento de cálculo das notas e estudar como a nota muda. Ou, podemos imaginar

Ou seja, vamos fazer uma espécie de propagação de incerteza, na linguagem de físicos:

\[ \text{Nota ENEM} = f(\text{padrão de respostas},\text{parâmetros IRT},...) = f(\vec{x})\]
\[ \Delta f \approx \frac{\partial f}{\partial x} \Delta x\]

Determinação da nota#

A nota dos participantes ENEM é calculado pelo INEP a partir dos padrões de respostas às questões das provas, com certas suposições:

  • É usado um modelo IRT do tipo 3PL

  • Os parâmetros a, b e c (discriminação, dificuldade e chute, respectivamente) do modelo são calibrados para cada item previamente, por métodos de linking que coloquem novas itens na escala ENEM

  • A estimativa do score na escala ENEM usa o método EAP (“Expected a posteriori”)

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